fbpx
O impacto das diferenças culturais, tecnológicas e de inteligência emocional entre europeus e brasileiros na qualidade dos produtos educacionais

O impacto das diferenças culturais, tecnológicas e de inteligência emocional entre europeus e brasileiros na educação

Como consultor de tecnologia e educação com experiência em todos os continentes, pude observar diferenças notáveis entre europeus ocidentais e brasileiros em relação à cultura, tecnologia e inteligência emocional. Essas distinções são especialmente importantes no contexto da educação, já que muitas metodologias, tecnologias e materiais didáticos foram originalmente projetados para pessoas europeias e depois reutilizados em outros países com situações completamente diferentes.

O principal problema

Infelizmente, isso muitas vezes resultou em dificuldades e até traumas para os alunos locais. Autores renomados como Paulo Freire em “Pedagogia do Oprimido” e Ngugi wa Thiong’o em “Descolonizando a mente” discutem como a reutilização de metodologias e materiais didáticos planejados para pessoas europeias em outros países pode causar grandes impactos negativos na aprendizagem dos alunos. (acesso ao livro, vídeo e artigos no fim do texto!)

Isso pode criar expectativas intelectuais e emocionais que não correspondem à realidade, o que pode levar à frustração e desmotivação dos alunos. Por exemplo, exigir que uma pessoa brasileira domine perfeitamente a gramática do português ao aprender inglês ou que tenha consciência elevada sobre suas motivações e gatilhos negativos em ambientes sociais como a sala de aula é irrealista e pode levar a desafios emocionais e psicológicos. É importante que educadores e empresas de educação adaptem seus métodos e materiais didáticos para atender às necessidades específicas dos alunos brasileiros.

Diferenças generalizadas

Enquanto os brasileiros tendem a ser mais emocionais e intuitivos, os europeus ocidentais valorizam a racionalidade e a lógica. Ainda assim, muitos alunos brasileiros lutam para expressar e gerenciar suas emoções de forma a controlar a percepção alheia, o que pode afetar negativamente sua capacidade de desenvolver habilidades que exijam fala em um novo idioma ou a exposição a novas tecnologias. Combinando isso a metodologias, materiais didáticos e estratégias de ensino criados para pessoas com situações e culturas diferentes, é fácil entender como os alunos podem sentir-se desmotivados e desafiados na busca pelo aprendizado.

Outra distinção importante entre europeus ocidentais e brasileiros é a tecnologia. Embora os europeus ocidentais estejam entre os líderes mundiais em inovação e tecnologia, o Brasil ainda está em desenvolvimento e com níveis de acesso à tecnologia muito baixos. Ainda assim, os brasileiros são altamente motivados e curiosos em relação às novas tecnologias, o que nos torna um grupo interessado em aprender e experimentar coisas novas quando motivados e equipados adequadamente.

Metodologias e ferramentas para criação de experiências e produtos subjetivos

Essa lacuna, especialmente na educação, foi o que me inspirou a estudar psicologia da aprendizagem, UX Design e vieses cognitivos antes de criar meu próprio método de ensino de inglês e T.I. em 2016. Com uma abordagem personalizada para as necessidades específicas dos alunos brasileiros, observei suas dificuldades em reproduzir conceitos básicos de novos idiomas ou em se expor com novas habilidades tecnológicas. Compreendi que isso não se devia à falta de motivação ou inteligência, mas sim a fatores culturais e emocionais. Foi aí que tudo o que havia estudado e visto pelo mundo começou a fazer sentido.

Talvez a diferença mais importante ou que teve maior impacto em meu novo método quando retornei ao Brasil foram os vieses cognitivos. Entender como as pessoas de diferentes países respondem a diferentes estímulos e gatilhos sociais em diferentes ambientes me ajudou a planejar cada segundo de interação com alunos, desde a venda e onboarding até aulas de gramática avançada.

O trabalho não acaba

Por mais que o resultado de uma aplicação direta do conhecimento discutido tenha sido incrivelmente bem-sucedido, com muitos alunos alcançando resultados notáveis em um curto espaço de tempo, percebi que ainda havia muito a ser feito em relação à educação no Brasil. Por isso, decidi continuar minha jornada de aprendizado e ampliar meus horizontes, trabalhando e/ou estudando em outros continentes como Ásia, África, Américas Central e do Norte e Oceania.

Essa experiência me permitiu entender ainda mais profundamente as diferenças culturais, educacionais e de inteligência emocional entre os povos, e como elas afetam a educação e o desenvolvimento dos alunos. Também me fez perceber que, mesmo com todos os desafios, o Brasil tem um enorme potencial para se tornar um líder em educação e tecnologia.

Hoje em dia, continuo trabalhando na área de educação e tecnologia, e meu objetivo é compartilhar todo o conhecimento que adquiri ao longo dos anos para ajudar a melhorar a qualidade da educação no Brasil e em outros países. Acredito que, ao adaptar os métodos e materiais didáticos às necessidades específicas dos alunos e levar em consideração as diferenças culturais e emocionais, podemos criar um ambiente de aprendizado mais eficaz e inclusivo.

Para concluir, é essencial que educadores, empresas e governos sejam conscientes das diferenças culturais, tecnológicas e de inteligência emocional entre os povos e as adaptem em seus métodos e materiais educacionais e experiências digitais para promover um aprendizado mais eficaz e saudável. A educação é a chave para um futuro melhor e mais promissor, e todos nós temos um papel importante a desempenhar para torná-la acessível e eficaz para todos.

Leia sobre minhas outras viagens e experiências culturais
Artigo sobre pedagogia social
Dica de leitura “Pedagogia do Oprimido”
Dica de vídeo “Descolonizando a mente”

Conheça nossos projetos e iniciativas


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *